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Hepatologista

A hepatite B é uma infecção causada por um vírus que atinge o fígado e pode levar a inflamações crônicas, cirrose e até câncer hepático. Embora muitas pessoas não apresentem sintomas no início, o vírus pode causar danos silenciosos ao longo dos anos.


Como a hepatite B é transmitida?


O vírus da hepatite B (HBV) é transmitido principalmente por contato com sangue ou fluidos corporais de uma pessoa infectada. As formas mais comuns de transmissão incluem:

  • Relações sexuais desprotegidas;

  • Compartilhamento de agulhas, alicates ou lâminas;

  • Transmissão da mãe para o bebê durante o parto;

  • Transfusões de sangue ou procedimentos médicos sem a devida esterilização (menos comum hoje em dia).


Quais são os sintomas?


Na maioria dos casos, a hepatite B não dá sintomas. Quando aparecem, podem incluir: cansaço, dor abdominal, icterícia (pele ou olhos amarelados).

Por isso, o diagnóstico costuma ser feito por exames de sangue, muitas vezes de rotina.


Existe cura?


Ainda não temos uma cura definitiva para a hepatite B, mas há tratamentos que controlam o vírus e evitam complicações, como cirrose e câncer de fígado. E o mais importante: há vacina! Segura, eficaz e disponível gratuitamente pelo SUS.


Quando o tratamento é indicado?


Nem todas as pessoas com hepatite B precisam de tratamento imediato. A decisão depende de exames laboratoriais e de imagem, que avaliam o grau de inflamação e lesão do fígado. Algumas pessoas só precisam de acompanhamento regular.


🧪 Mas atenção: novos estudos têm mostrado que algumas pessoas fora dos critérios tradicionais de tratamento já apresentam sinais de inflamação ou fibrose significativa no fígado. Isso pode mudar a forma como indicamos o tratamento no futuro, priorizando a prevenção antes que os danos avancem.


🔎 Foi diagnosticado com hepatite B ou tem dúvidas sobre seus exames? Agende sua consulta e receba uma avaliação completa e individualizada.


Referências:

  1. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hepatite B. 2022.

  2. Zhao Y et al. Histological severity, clinical outcomes and impact of antiviral treatment in indeterminate phase of chronic hepatitis B: A systematic review and meta-analysis. J Hepatol. 2025.

  3. Liaw YF et al. Refining the natural history of chronic hepatitis B and rethinking therapeutic strategies. J Hepatol. 2024.



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Organizando tubos de exames de sangue

Receber um exame de sangue com siglas desconhecidas pode gerar muitas dúvidas. TGO, TGP, GGT, bilirrubina, fosfatase alcalina, albumina e tempo de protrombina são marcadores importantes da saúde do fígado — e entender o que eles significam pode ajudar a identificar alterações precocemente e decidir quando buscar ajuda médica.


🧪 TGO (AST) e TGP (ALT)

Essas enzimas são produzidas dentro das células do fígado. Quando há algum grau de inflamação ou lesão hepática, elas podem “vazar” para o sangue, elevando seus níveis nos exames.

  • TGP (ALT) é mais específica do fígado. Costuma aumentar em casos de esteatose, hepatites, uso de medicamentos ou inflamações leves.

  • TGO (AST) também está presente em outros tecidos, como músculos e coração. Seu aumento isolado pode não significar problema hepático. Quando TGO > TGP, é comum suspeitarmos de associação com o consumo de álcool.


🧪 GGT

GGT (gama-glutamil transferase) é uma enzima ligada ao sistema biliar (as vias que transportam a bile). Seu aumento pode indicar:

  • Uso frequente de bebidas alcoólicas

  • Obstrução das vias biliares

  • Uso de medicamentos (como anticonvulsivantes ou estatinas)

  • Inflamação crônica do fígado

Embora não seja específica, a GGT ajuda a compor o contexto diagnóstico.


🧪 Fosfatase alcalina (FA)

fosfatase alcalina também está associada ao sistema biliar. Seus níveis se elevam principalmente em:

  • Obstrução das vias biliares

  • Doenças inflamatórias das vias biliares, como colangite

  • Doenças ósseas (por isso, a interpretação depende do contexto clínico)

Quando FA e GGT estão aumentadas juntas, o fígado ou as vias biliares costumam ser a principal origem do problema.


🧪 Bilirrubina

bilirrubina é um pigmento derivado da degradação dos glóbulos vermelhos. O fígado é responsável por processá-la e eliminá-la pela bile. Quando seus níveis estão elevados, podem causar icterícia (amarelamento da pele e dos olhos).

A bilirrubina pode aumentar por:

  • Lesões hepáticas (como hepatites)

  • Doenças das vias biliares

  • Problemas na destruição dos glóbulos vermelhos


🧪 Albumina e tempo de protrombina

Esses dois exames avaliam a capacidade funcional do fígado, especialmente em casos de doença hepática crônica ou cirrose.

  • Albumina: é uma proteína produzida pelo fígado. Quando está baixa, pode indicar que o fígado não está funcionando bem — ou estar associada a desnutrição ou inflamações crônicas.

  • Tempo de protrombina (TP): mede quanto tempo o sangue leva para coagular. Como o fígado produz proteínas da coagulação, um TP prolongado pode sugerir comprometimento da função hepática.

Esses marcadores são fundamentais para entender como o fígado está funcionando, e não apenas se há inflamação.


⚠️ Alterações nos exames sempre indicam problema?

Nem sempre. Alguns aumentos são leves e transitórios, podendo ocorrer por uso de medicamentos, esforço físico ou condições reversíveis. Por isso, é fundamental avaliar os exames em conjunto com sintomas e histórico clínico.


👩‍⚕️ Quando procurar um hepatologista?

Se seus exames de fígado vieram alterados — ou se você já tem diagnóstico de gordura no fígado, hepatite ou histórico familiar de doença hepática — vale procurar um especialista. O acompanhamento adequado pode prevenir complicações e orientar o tratamento certo no momento ideal.


📍Atendimento presencial em Porto Alegre e teleconsulta. Agende.






📚 Referências:

  1. Zakim and Boyer’s Hepatology: A Textbook of Liver Disease, 7th ed. Elsevier.

  2. Sherlock’s Diseases of the Liver and Biliary System, 13th ed. Wiley-Blackwell.

  3. Greenberger NJ, Blumberg RS, Burakoff R. CURRENT Diagnosis & Treatment: Gastroenterology, Hepatology, & Endoscopy, 2nd ed. McGraw-Hill Education.




 
 
 

Com o crescimento do uso de vitaminas, fitoterápicos e suplementos alimentares, é cada vez mais comum surgir a dúvida: será que isso faz mal para o fígado? A resposta é: depende.

Nem todo suplemento é prejudicial, mas muitos podem sobrecarregar o fígado, especialmente quando usados em excesso ou sem orientação médica. Como o fígado é responsável por metabolizar grande parte do que ingerimos, ele é diretamente afetado por essas substâncias.

Quatro colheres de madeira com comprimidos de diferentes qualidades em cada.

⚠️ O que pode oferecer risco ao fígado?

Alguns suplementos e compostos merecem atenção especial:


  • Suplementos para emagrecimento: muitos contêm substâncias estimulantes ou fitoterápicas como green tea extract e Garcinia cambogia, que podem causar hepatite induzida por ervas e drogas.

  • Anabolizantes e pró-hormonais: associados a lesões hepáticas colestáticas e hepatite aguda, especialmente em jovens.

  • Produtos “naturais” sem registro na Anvisa: o termo “natural” não significa seguro. Muitos casos de lesão hepática aguda estão ligados ao uso de ervas mal documentadas.

  • Chás detox em excesso: ingredientes como cavalinha, chá-verde concentrado e boldo, quando usados por longos períodos, podem causar lesão hepática.


✅ O que costuma ser seguro?


  • Suplementos prescritos por médicos ou nutricionistas, com base em exames e necessidades individuais.

  • Vitaminas em doses fisiológicas, como B12, C e zinco.

  • Ômega-3 e probióticos, em doses recomendadas e com origem confiável .

  • Proteína isolada (como whey protein): geralmente bem tolerada em pessoas com fígado saudável.

  • Creatina: a creatina é considerada segura para o fígado quando utilizada nas doses recomendadas por pessoas saudáveis. Estudos demonstram que a suplementação de creatina não está associada a danos hepáticos em indivíduos sem doenças pré-existentes. 


    Ainda assim, é fundamental avaliar a qualidade de qualquer suplemento antes de utilizá-lo. Mesmo produtos populares e considerados seguros, como a creatina, devem ser escolhidos com cuidado e usados conforme o seu estado de saúde e suas necessidades individuais. Sempre dê preferência a marcas confiáveis e procure orientação profissional, especialmente se houver histórico de doenças hepáticas.


📊 Quando o risco aumenta?

  • Uso de múltiplos suplementos simultaneamente

  • Uso contínuo por tempo indefinido

  • Histórico de doença hepática

  • Uso concomitante de medicamentos com metabolismo hepático


💡 Dica importante

Sempre leia os rótulos e evite a automedicação. Produtos vendidos como “naturais”, especialmente em redes sociais ou sem aprovação da Anvisa, podem representar riscos reais ao fígado.


Tem dúvidas sobre o que está usando?

A avaliação correta do seu fígado inclui exames, histórico completo e, quando necessário, orientações específicas sobre o uso seguro de suplementos.


















Referências

  1. Chalasani N, et al. (2014). ACG Clinical Guideline: The diagnosis and management of idiosyncratic drug-induced liver injury. Hepatology, 59(2), 878–905. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24935270/

  2. LiverTox: Clinical and Research Information on Drug-Induced Liver Injury – NIH. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK547852/

  3. Navarro VJ, et al. (2017). Herbal and dietary supplement-induced liver injury in the United States. Hepatology, 65(1), 363–373. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27677775/

  4. Andrade RJ, et al. (2017). Drug-induced liver injury: An analysis of 461 incidences submitted to the Spanish registry over a 10-year period. Gastroenterology, 152(6), 1128–1138.e2. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16083708/ 

  5. Stickel F, et al. (2005). Herbal hepatotoxicity. J Hepatol, 43(5), 901–910. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16171893/

  6. European Association for the Study of the Liver (EASL). (2020). Clinical Practice Guidelines: Drug-induced liver injury. J Hepatol, 73(4), 964–985. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32425668/

  7. Devries MC, Phillips SM. (2015). Supplemental protein in support of muscle mass and health: Advantage whey. J Int Soc Sports Nutr, 12, 17. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25757896/

  8. Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Alertas sobre produtos irregulares. https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/alertas

  9. Kreider RB, Kalman DS, Antonio J, et al. (2017). International Society of Sports Nutrition position stand: safety and efficacy of creatine supplementation in exercise, sport, and medicine. Journal of the International Society of Sports Nutrition, 14, 18. https://jissn.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12970-017-0173-z


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